Desafio Everesting: Enfrentando os Limites Pessoais

Desafio Everesting: Enfrentando os Limites Pessoais

O Everesting é conhecido por ser um desafio incrivelmente difícil, tanto fisicamente como mentalmente. Consiste em subir consecutivamente a mesma montanha, numa única atividade, até acumular um total de 8.848 metros de desnível, o equivalente à altitude do Monte Everest. É uma tarefa monumental, que exige uma preparação cuidadosa e determinação inabalável para ser superada. Para mim, este desafio representa o auge do meu ano ciclístico, sendo uma oportunidade de testar os meus limites e alcançar um novo patamar de conquistas pessoais. Neste artigo fica a saber tudo sobre a minha preparação para o desafio Everesting.

Desafio Everesting

A dureza do Everesting não pode ser subestimada. Além da exigência física, que envolve horas e horas a pedalar em subida, também é uma prova mentalmente desafiadora. Imagina passar um dia inteiro a subir e descer a mesma montanha, enfrentando a monotonia e a exaustão constante. A perseverança e a capacidade de superar momentos difíceis serão fundamentais para alcançar o sucesso nesta empreitada.

Para mim, este desafio representa um marco significativo na minha jornada como ciclista amador. Caso consiga concluir o Everesting, será a atividade com a maior distância, com a maior duração e também com o maior acumulado de subida que já fiz até hoje. Cada um desses aspectos faz com que sinta uma mistura de emoção, empolgamento e nervosismo, já que me preparo para enfrentar uma tarefa sem precedentes na minha experiência ciclística.

A subida

Um dos fatores cruciais para o sucesso neste desafio é a escolha da subida adequada. A extensão da subida, a inclinação média, a dificuldade geral do percurso e as condições do pavimento são fatores a ter em conta. Além disso, é importante ponderar sobre a familiaridade com a subida, o nível de conforto e o gosto pessoal. Afinal de contas, passar um dia inteiro a subir e descer a mesma montanha requer uma conexão especial com o percurso escolhido. Encontrar o equilíbrio entre o desafio e a satisfação pessoal é fundamental para uma experiência bem-sucedida.

E para mim, o lugar onde encontro esse equilíbrio é, sem qualquer dúvida, a Serra da Arada, sendo por isso a minha escolha natural. Com 6,8 km de extensão e uma pendente média de 7,5%, oferece um desafio constante ao longo de todo o percurso, mas os últimos 2 km, com uma pendente média de 10%, serão especialmente desafiadores. O alcatrão em mau estado é a única condicionante, mas aceitei-a como mais um desafio adicional.

Para atingir o total de 8.848 metros de desnível acumulado, vou precisar de percorrer a subida da Serra da Arada por 18 vezes, totalizando cerca de 240 km. Estimo que cada percurso (subida e regresso ao ponto de partida) me leve aproximadamente 50 minutos a concluir, o que resultará em cerca de 15 horas de atividade, sem contar com as paragens. Para tornar o desafio mais gerenciável, decidi dividi-lo em partes, fazendo pequenas paragens após cada 3 subidas. Essas pausas serão essenciais para reabastecer com comida, descansar um pouco e trocar de equipamento, se necessário. Além disso, dividir o desafio em partes pode ajudar psicologicamente, tornando-o menos avassalador.

A nutrição

A nutrição desempenhará um papel crucial na minha jornada do Everesting, e para isso estou a contar com a ajuda da Hammer Nutrition, como é hábito. Para todo o desafio estimei uma necessidade de cerca de 2400 calorias, o que equivale a aproximadamente 160 calorias por hora. Para atender a essas necessidades energéticas, vou usar o HEED como bebida ao longo de todo o dia, que além de fornecer energia, ajudará também na reposição de eletrólitos. Além disso, levarei comigo barras e géis energéticos para ir consumindo durante a atividade. Planeio fazer uma refeição um pouco mais composta, a meio do desafio, e alguns snacks salgados para ir compensando o sabor doce predominante na maioria dos alimentos que vou consumir. Calorias não me vão faltar, resta-me fazer uma gestão adequada delas ao longo de todo o desafio.

O equipamento

Quanto ao equipamento, vou usar a minha bicicleta habitual, sem qualquer alteração específica para o desafio. Vou levar iluminação para o início e o final do dia, caso o desafio se prolongue para a noite. Confio na boa capacidade de bateria do meu Bryton Rider S500, para registrar toda a atividade, mas levo a Magicshine RN 3000, que além de ser uma poderosa lanterna, pode ser usada também como powerbank, caso necessite de carregar o GPS.

Levar ferramentas para reparação de furos é essencial em qualquer volta de bicicleta e não será diferente neste desafio. Além disso, terei algumas ferramentas adicionais disponíveis no ponto de partida, caso seja necessário fazer algum ajuste ou reparação mais complexa.

O conforto ao longo de todo o dia é fundamental e será assegurado pelos equipamentos da Soomom Apparel, que já me acompanham há vários anos, e nos quais deposito toda a minha confiança.

À medida que o dia se aproxima sinto um misto de ansiedade e excitação. Confesso que a ideia parecia melhor quando tomei a decisão, no início deste ano, mas agora, a poucos dias de realizar o desafio, a realidade do esforço épico que terei pela frente e a incerteza de se serei capaz, fazem-me pensar. No entanto, estou determinado a enfrentar esse desafio de frente e dar o meu melhor.

Espero, em breve, poder compartilhar convosco como tudo correu, desde as emoções e dificuldades enfrentadas, até a (espero eu) sensação de superação e conquista ao completar o desafio do Everesting.

Para mim, este será um marco importante no meu percurso ciclístico e uma experiência transformadora que levará os meus limites a novos patamares. Será uma prova de resiliência, perseverança e determinação, e estou ansioso para descobrir do que sou capaz.

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