2023: desafios para o novo ano

2023: desafios para o novo ano

9 de Dezembro, 2022 0 Por Cycling Domestique

Pois é, chegou aquele momento em que fazemos a retrospectiva do ano que está a terminar e traçamos os objetivos para o novo ano. E para 2023 não quero mais do mesmo, não quero que seja só mais uma época, com as mesmas corridas, os mesmos desafios. Quero algo diferente, quero um desafio que me fique na memória… E o meu grande desafio para 2023 já sei qual é!

Em retrospectiva

Não sei se acontece o mesmo contigo, mas quando faço repetidamente uma subida, por mais dura que seja, com o passar do tempo vou perdendo aquele receio, aquele misto de respeito e adrenalina que sentia por saber da dificuldade que tinha pela frente, e que culminava num sentimento de superação incrível de cada vez que atingia o topo. Nessa altura, passa a ser apenas mais uma subida.

Para mim a competição no ciclismo de estrada nunca se tratou de lutar para ganhar corridas, mas sim uma questão de superação pessoal. O meu desafio, a minha motivação sempre esteve em conseguir terminar as provas mais duras, conseguir superar a classificação da edição anterior, terminar abaixo de um determinado tempo, terminar na primeira metade ou no primeiro quarto da tabela, ou seja, a procura constante de me superar.

Eram estes os objetivos a que me propunha a cada ano e que me serviam de motivação para recomeçar tudo de novo, a cada nova época. E até certo ponto foram dando os seus frutos, porque a cada ano que passava a performance e os resultados iam sempre melhorando, conseguindo até resultados bastante interessantes nas provas em que participei.

No entanto, com o passar dos anos parece que fui deixando de sentir aquele respeito que sentia inicialmente em cada prova a que ia. Aquele receio de não conseguir terminar uma prova devido à dificuldade do percurso, à dureza das subidas, ao calor, ao frio ou à chuva ou ao facto de nunca ter feito tantos quilómetros ou tanto acumulado numa prova, com o tempo foi desaparecendo. Esse medo, esse empolgamento deixou de existir, sendo substituído apenas pelo sentimento de dúvida se iria ou não consegui atingir aquela determinada classificação.

Os desafios para 2023

Em 2023 quero dar uma passo atrás, quero voltar a sentir aquele nervoso miudinho por não saber se vou conseguir, por não saber se será demasiado para as minhas capacidades, por nunca ter feito nada semelhante ou por saber que me terei que levar ao extremo para o conseguir. Quero voltar a sentir aquele verdadeiro sentimento de conquista, de superação pessoal. Em 2023 quero fazer o Everesting!

Para quem não conhece, o Everesting trata-se de um desafio a nível mundial, que consiste simplesmente em escolher uma subida e repeti-la consecutivamente, numa única atividade, o número de vezes necessário para totalizar 8.848m de desnível acumulado, que é precisamente a altitude do Monte Evereste.

Embora a subida ainda não esteja definitivamente escolhida, segundo o que tenho planeado neste momento, a minha previsão aponta para 18 repetições, 240 Km de distância total percorrida, 9360 m de desnível acumulado e 15 horas de atividade (excluindo paragens).

Se o  conseguir concluir será, com toda a certeza, a atividade mais dura que alguma vez fiz em cima da bicicleta, já que dentro do enorme desafio que é o Everesting, haverá vários “pequenos” desafios que terei que superar. Vejamos:

. A maior distância que percorri numa única atividade foi de 180 Km;;

. O maior desnível acumulado que já fiz numa só atividade foi de 4800 m;

. Nunca pedalei durante mais de 10 horas consecutivas numa só atividade;

O que espero?

Será um desafio muito desgastante, muito exigente fisicamente, mas acima de tudo muito exigente a nível mental. E é esta componente mental que mais me preocupa. Repetir consecutivamente o mesmo percurso e saber o número de subidas e o tempo que ainda resta para o final será talvez o maior de todos os desafios.

A nutrição terá também um papel muito importante para o sucesso deste desafio. Apesar da intensidade ter que ser, forçosamente, mais baixa do que nos treinos e provas onde participo habitualmente, as exigências nutricionais para 15 horas de atividade serão bastante elevadas. Além disso, terá que ser uma alimentação que possa, em grande parte, ser feita em andamento, de forma a não prolongar muito mais a duração total do desafio devido a muitas paragens para comer. E neste ponto os produtos da Hammer Nutrition dão-me toda a confiança e serão, com toda a certeza, uma ajuda fundamental para superar este desafio.

Mas para mim a primeira grande dificuldade do Everesting é a escolha da subida. Mais longa ou mais curta? Com maior ou menor inclinação? Fazer mais ou menos repetições? As dúvidas são muitas, mas neste ponto creio já ter chegado a uma conclusão.

Mas os detalhes da preparação ficarão para um post futuro. Acreditem que haverá muito para falar sobre este desafio, antes mesmo de ele acontecer. A escolha da subida, o treino de preparação, o equipamento a utilizar, a estratégia de nutrição, etc.

Não vou deixar os Granfondos, é certo. Continuo a gostar muito da competição e da envolvência em torno destes eventos. Grande parte das datas já estão definidas e já tenho dorsal garantido em alguns deles. No entanto, o maior desafio que terei em 2023 será, sem sombra de dúvidas, o Everesting.

Se quiseres acompanhar toda a preparação para esta jornada, fica atentos aos próximos artigos!

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